O diabetes é identificado como a principal causa de doença renal crônica (DRC) em todo o mundo, afetando cerca de 40% das pessoas diagnosticadas com a condição. No Brasil, aproximadamente 32% dos pacientes em diálise têm o diabetes como fator determinante para a falência renal, com números que podem ser ainda mais alarmantes em certas regiões do país. A nefropatia diabética, uma complicação comum tanto no diabetes tipo 1 quanto no tipo 2, resulta do dano progressivo aos vasos sanguíneos dos rins devido ao controle inadequado da glicemia e à hipertensão arterial, frequentemente associada à doença.
O avanço silencioso da DRC torna essencial a detecção precoce, uma vez que muitos pacientes não apresentam sintomas nas fases iniciais. A avaliação regular da função renal, por meio de exames de sangue e urina, é crucial para identificar a presença de albuminúria e monitorar a taxa de filtração glomerular. Embora a combinação desses testes seja o padrão atual, estudos indicam que a queda da taxa de filtração pode ocorrer mesmo na ausência de albuminúria, reforçando a importância do acompanhamento contínuo.
Felizmente, a progressão da lesão renal relacionada ao diabetes pode ser prevenida ou retardada com medidas eficazes, como o controle rigoroso da glicemia, a manutenção da pressão arterial em níveis adequados e a adoção de mudanças no estilo de vida, incluindo alimentação saudável e prática regular de exercícios. A utilização de medicamentos como inibidores de SGLT2 e antagonistas do receptor mineralocorticoide também demonstrou benefícios significativos na proteção renal.
Especialistas recomendam que pacientes diabéticos realizem avaliações da função renal ao menos uma vez por ano, mesmo que não apresentem sintomas. O diagnóstico precoce e o gerenciamento adequado dos fatores de risco são fundamentais para evitar complicações graves e garantir uma melhor qualidade de vida aos afetados pela doença.