Três meses após o início da desocupação da Favela do Moinho, localizada no Centro de São Paulo, 441 famílias, representando metade dos moradores, já deixaram a comunidade, conforme informações da Secretaria da Habitação do estado. O processo, que começou em maio, enfrenta desafios significativos, incluindo a lentidão na liberação de financiamentos pelo governo federal através do programa Minha Casa, Minha Vida.
Até julho, 280 casas foram descaracterizadas, 103 emparedadas e 14 demolidas. O secretário estadual da Habitação, Marcelo Branco, criticou a Caixa Econômica Federal por exigir que os imóveis escolhidos pelos moradores sejam previamente financiados, o que tem atrasado a contratação dos novos contratos. A Caixa afirmou que irá verificar a lista de famílias enviada pelo estado antes de iniciar o processo de contratação.
O Ministério das Cidades ressaltou que o cadastramento das famílias é de responsabilidade do governo estadual, e cerca de 200 famílias ainda não foram cadastradas. A falta de um acordo claro sobre a aceitação de imóveis já ocupados e a restrição a famílias com dívidas ativas também complicam a situação. O secretário Branco expressou otimismo, afirmando que, com boa vontade, a remoção de todas as famílias poderia ser concluída em dois ou três meses.
Além disso, o governo federal condicionou a cessão do terreno para o estado à completa desocupação da favela e à demolição dos imóveis, com um projeto de construção de um parque no local em até quatro anos. A situação se agravou com protestos de moradores, que resultaram em incêndios que afetaram a circulação de trens metropolitanos. Em visita recente, o presidente Lula e ministros assinaram a portaria que vincula os contratos ao programa habitacional, buscando acelerar a solução para os moradores.