A grave crise humanitária na Faixa de Gaza resultou na morte de 15 pessoas, incluindo quatro crianças, em um período de 24 horas, devido à desnutrição severa. A informação foi divulgada por jornalistas da agência de notícias AFP, que enfrentam dificuldades extremas para cobrir o conflito entre Israel e Hamas, iniciado em 7 de outubro de 2023. A escassez de alimentos e água potável tem gerado exaustão física e mental entre os profissionais de imprensa, que relatam estar sem forças para realizar suas atividades.
Em uma nota publicada nesta terça-feira (22), a AFP solicitou a Israel que permita a saída de seus jornalistas e suas famílias do território palestino, uma vez que a situação se torna insustentável. A Organização das Nações Unidas (ONU) já havia denunciado anteriormente o uso da fome como arma de guerra por parte de Israel, considerando essa prática um crime de guerra, em meio a um aumento alarmante de casos de desnutrição na região.
As forças israelenses mantêm um bloqueio rigoroso sobre Gaza, permitindo a entrada de ajuda humanitária em quantidades limitadas, enquanto acusam o Hamas de desviar recursos destinados aos civis. Entretanto, testemunhas e a Defesa Civil local alegam que as forças israelenses têm atacado civis que aguardam por assistência, resultando em mais de 1.000 mortes desde o final de maio, segundo a ONU.
Profissionais de mídia, como os fotógrafos Bashar Taleb e Omar al Qattaa, relatam a dificuldade de realizar suas coberturas devido à falta de alimentos e à exaustão. O diretor do hospital Al Shifa, Mohammed Abu Salmiya, alertou sobre os níveis alarmantes de mortalidade infantil, com 21 crianças falecendo em apenas três dias devido à desnutrição. A crise humanitária em Gaza continua a se agravar, levantando preocupações globais sobre a situação dos civis na região.