O desmoronamento do lixão da empresa Ouro Verde, localizado em Padre Bernardo, Goiás, completou 30 dias nesta sexta-feira, 18 de agosto. O incidente, que ocorreu em 18 de junho, resultou na contaminação do córrego Santa Bárbara, fonte de abastecimento para agricultores da região. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) e a Prefeitura de Padre Bernardo têm trabalhado em conjunto para mitigar os danos causados pelo desastre, que foi marcado pela inação da empresa responsável.
A Semad, em parceria com o ICMBio, estabeleceu um cronograma para a retirada dos rejeitos, com início programado para a próxima segunda-feira, 21 de agosto. A massa de resíduos desmoronada foi isolada antes de atingir o córrego, permitindo que as preparações para a limpeza fossem iniciadas. A Ouro Verde informou que adquiriu uma manta de impermeabilização para a célula que abrigará provisoriamente o lixo retirado, e o acesso para caminhões já está pronto.
Além disso, a empresa contratou uma firma para monitorar a qualidade da água na região, com a primeira coleta programada para esta sexta-feira em oito pontos estratégicos. Embora a Semad já esteja realizando monitoramento da água desde o desmoronamento, seu laboratório não possui a tecnologia necessária para detectar metais pesados no chorume.
O desmoronamento foi precedido por uma série de autuações contra o lixão, que operava sob uma liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Após o incidente, a secretária de Meio Ambiente de Goiás, Andréa Vulcanis, decretou o embargo do lixão e formou um gabinete de crise para coordenar as ações de contenção e recuperação da área, incluindo o bloqueio de bens da empresa no valor de R$ 17,1 milhões devido à sua omissão nas responsabilidades de gestão do local.