Em 7 de dezembro de 2024, uma pilha de rejeitos de mineração desmoronou em Conceição do Pará, Minas Gerais, forçando a evacuação de mais de 250 moradores. O incidente ocorreu a poucos quilômetros da residência da confeiteira Lexandra Machado, que presenciou o deslizamento de 80 metros de altura e relatou a sensação de pânico, lembrando-se das tragédias de Brumadinho e Mariana, que resultaram na morte de quase 300 pessoas.
Desde a proibição das barragens a montante em 2019, as mineradoras têm adotado pilhas de rejeitos como alternativa. Embora consideradas menos perigosas, essas estruturas ainda carecem de regulamentação federal e fiscalização adequada. Especialistas alertam que a falta de regras pode transformar as pilhas em um risco significativo, especialmente com algumas podendo atingir alturas superiores a 200 metros.
O deslizamento em Conceição do Pará foi a quarta ocorrência desse tipo desde 2018, levantando questões sobre a segurança das pilhas de rejeitos. Dados da Vale indicam que atualmente 70% dos rejeitos da mineradora estão armazenados em pilhas, um aumento em relação a 40% em 2014. O governo federal planeja implementar regulamentações para a prática até 2026, mas até lá, a segurança das comunidades vizinhas continua em risco.