A Polícia Federal identificou a desembargadora Nelma Sarney, cunhada do ex-presidente José Sarney, como uma das principais figuras em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça do Maranhão. A investigação, parte da Operação 18 Minutos, revela que a magistrada e seus assessores estariam envolvidos na dissimulação de propinas, totalizando 393 atos ilícitos. A operação foi autorizada pelo ministro José Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, em agosto de 2024.
Além de Nelma, outros desembargadores e juízes também foram denunciados, totalizando 29 investigados. Entre os acusados estão os desembargadores Luiz Gonzaga Almeida Filho, Antônio Pacheco Guerreiro Júnior e Marcelino Everton Chaves, além dos juízes Alice de Souza Rocha e Cristiano Simas de Souza. A Procuradoria-Geral da República destacou a movimentação de alvarás milionários, que teriam beneficiado a desembargadora e sua família, incluindo saques significativos realizados por advogados associados ao esquema.
Os advogados Carlos Luna e José Helias Sekeff foram identificados como operadores financeiros de Nelma, enquanto seus assessores, Zely Reis Brown Maia e Paulo Martins de Freitas Filho, atuaram como 'laranjas'. A Procuradoria alega que os envolvidos agiram de forma consciente e voluntária, sob a coordenação da desembargadora, para obter vantagens ilícitas.
Em depoimento à Polícia Federal, Nelma Sarney negou qualquer relação com os advogados mencionados, afirmando conhecê-los apenas de vista. No entanto, a Procuradoria contesta essa versão, apresentando evidências de um jantar em que todos estiveram presentes, além de movimentações financeiras suspeitas em datas próximas ao encontro. A investigação continua em andamento, com o espaço aberto para manifestações dos envolvidos.