A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a desembargadora Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, do Tribunal de Justiça do Maranhão, por supostamente ter colaborado com seu genro, o advogado Edilázio Gomes da Silva Júnior, em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações, conduzidas pela Polícia Federal na Operação 18 Minutos, revelaram que Edilázio redigia textos de despachos e sentenças que eram utilizados por Nelma em suas decisões judiciais, beneficiando uma organização criminosa que atuou na corte estadual por uma década.
Durante a operação, que teve início em agosto do ano passado, foram encontrados quase R$ 1 milhão em dinheiro com Edilázio, que não conseguiu explicar a origem dos valores. Ele se declarou inocente e afirmou que a investigação se baseia em ilações. A PGR identificou ainda a participação de outros três desembargadores, dois juízes de primeiro grau e mais 23 investigados no esquema.
A denúncia, que possui 313 páginas, pede ao Superior Tribunal de Justiça a perda dos cargos dos magistrados e a devolução de R$ 54,3 milhões, supostamente obtidos por meio de propinas. A PGR alega que Nelma e os demais desembargadores exerceram a liderança da organização criminosa, que manipulou decisões judiciais em benefício de interesses ilícitos.
Nelma já foi afastada de suas funções pelo Conselho Nacional de Justiça. A investigação apontou que mensagens trocadas entre Edilázio e a desembargadora indicam a influência dele nas decisões judiciais, culminando em ações que alteraram o curso de processos judiciais em favor de terceiros. O Tribunal de Justiça do Maranhão foi contatado para comentar as acusações, mas não se manifestou até o momento.