Arqueólogos anunciaram, na última quinta-feira (3), a descoberta de uma cidade milenar no Peru, que pode alterar a compreensão sobre as civilizações pré-colombianas. O sítio arqueológico de Peñico, datado de aproximadamente 3.500 anos, foi localizado em uma região estratégica, possivelmente utilizada como ponto de conexão comercial entre as culturas da costa peruana, dos Andes e da Amazônia.
Construída entre 1.800 e 1.500 a.C., a cidade está situada a 600 metros acima do nível do mar, nas proximidades do vale de Supe, onde se desenvolveu a civilização de Caral, considerada a mais antiga das Américas. Especialistas indicam que Peñico surgiu após o declínio de Caral, que foi afetada por mudanças climáticas severas.
Imagens aéreas obtidas por drones revelaram um planejamento urbano sofisticado, com pelo menos 18 estruturas, incluindo templos cerimoniais e uma praça central. Entre os artefatos encontrados estão esculturas de argila, colares e um trombeta feita de conchas, indicando práticas ritualísticas complexas. A arqueóloga Ruth Shady, responsável pela pesquisa, destacou a importância da cidade para entender a continuidade cultural no Peru antigo.
O arqueólogo Marco Machacuay, do Ministério da Cultura peruano, reforçou que Peñico representa uma continuidade da sociedade de Caral, contribuindo para o preenchimento de lacunas históricas sobre a evolução das civilizações nas Américas. A descoberta ressalta a riqueza arqueológica do Peru, que abriga importantes marcos históricos, como Machu Picchu e as linhas de Nazca.