O descarte de papel higiênico no vaso sanitário gera polêmica no Brasil, onde a prática é desencorajada, ao contrário de outros países. Especialistas apontam que a infraestrutura de esgoto e a falta de normas específicas sobre a desagregação do papel são fatores determinantes para essa situação. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece critérios de classificação para papéis sanitários, mas não inclui padrões de desagregação, deixando os consumidores sem informações claras sobre o que é adequado para o descarte no vaso.
A capacidade de um papel higiênico se desagregar na água depende do tratamento industrial que recebe, incluindo a adição de aditivos que podem torná-lo mais macio, mas também mais resistente à desagregação. Segundo a professora Lúcia Coelho, a quantidade de aditivos é crucial, e papéis com folhas duplas ou triplas não garantem necessariamente uma melhor desagregação.
Embora exista uma norma internacional, a ISO 12625-17:2021, que orienta os testes de desagregação, cada país pode interpretá-la de forma diferente. Isso resulta em uma falta de padronização que dificulta a identificação de papéis adequados para descarte no vaso. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realiza testes de qualidade, mas poucos fabricantes buscam esse serviço, o que limita a oferta de papéis que atendem a critérios de desagregação no Brasil.