A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho tem avançado no Brasil, com empresas adotando práticas inclusivas e adaptando ambientes para garantir dignidade e protagonismo a esses profissionais. Contudo, um aspecto crucial permanece em debate: a preparação do consumidor para interagir respeitosamente com esses colaboradores. Embora muitos elogiem a diversidade nas redes sociais, a realidade mostra que a paciência e a empatia nem sempre estão presentes nas interações diárias.
Relatos de capacitismo e comportamentos depreciativos por parte de consumidores revelam um descompasso social que pode comprometer a efetividade das políticas de inclusão. Situações como a recusa em atender profissionais com deficiência auditiva ou a impaciência com atendentes que apresentam dificuldades são comuns, evidenciando a necessidade de uma mudança de postura por parte do público.
O atendimento ao consumidor deve ser visto como uma relação de convivência social que exige preparo de ambas as partes. A inclusão não deve ser uma barreira, mas sim uma oportunidade para ressignificar a experiência de consumo, reconhecendo que existem diversas formas de comunicação e interação. Para isso, o papel do jurídico corporativo, em parceria com áreas como ESG e RH, é fundamental para construir modelos de atendimento que promovam a conscientização e a empatia entre consumidores e profissionais com deficiência.