Deputados aliados ao governo brasileiro solicitaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) ações contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) após o anúncio de tarifas de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. As representações foram encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que investigam tentativas de golpe de Estado e articulações antidemocráticas. Os pedidos incluem o bloqueio de bens e a apuração de crimes contra a soberania nacional.
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) argumentou que Eduardo Bolsonaro se articula com o governo dos EUA para constranger instituições brasileiras, pedindo o bloqueio de imóveis e contas bancárias do parlamentar e de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Hilton afirmou que as declarações de Eduardo evidenciam uma coordenação com o governo estrangeiro para impor sanções econômicas ao Brasil.
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) solicitou a prisão preventiva de Eduardo, alegando que sua conduta representa um atentado à soberania nacional e um risco de fuga internacional. Farias destacou que Eduardo atua como agente de interesses estrangeiros, não como representante do povo brasileiro. O deputado Rogério Correia (PT-MG) também reforçou pedidos anteriores contra Jair Bolsonaro, incluindo novos fatos relacionados ao filho como evidência de tentativa de influenciar investigações.
Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos, agradeceu publicamente ao ex-presidente Donald Trump pela imposição das tarifas, o que foi interpretado como um apoio às sanções. A Justiça investiga se ele busca interferência do governo Trump em processos que envolvem seu pai e aliados. Caso a Procuradoria-Geral da República ofereça denúncia e ela seja aceita pelo STF, Eduardo poderá ser julgado antes das eleições de 2026, o que poderia torná-lo inelegível pela Lei da Ficha Limpa.