O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) foi identificado pela Polícia Federal como figura central em um esquema de manipulação de pleitos eleitorais e desvio de recursos públicos. A operação, autorizada pelo ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF), foi deflagrada na manhã desta terça-feira (8) e inclui buscas em endereços relacionados ao parlamentar e outros investigados.
Segundo informações da PF, Júnior Mano estaria diretamente envolvido na compra de votos e no direcionamento de verbas públicas, que teriam sido desviadas de empresas contratadas por prefeituras cearenses com recursos de emendas parlamentares. A investigação, que tramita sob sigilo no STF, apura fraudes em licitações e a possível formação de uma associação criminosa para controlar contratos com prefeituras que recebem recursos federais. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apoiou as diligências.
Além das buscas, o ministro Gilmar Mendes determinou o bloqueio de até R$ 54 milhões em bens e ativos financeiros do deputado. A assessoria de Júnior Mano negou qualquer participação do parlamentar em processos licitatórios ou na fiscalização de contratos administrativos, ressaltando que ele não exerce funções executivas nas prefeituras nem integra comissões de licitação.
Apesar das negativas, a Polícia Federal afirma ter indícios robustos da atuação do deputado no desvio de verbas e na influência em eleições, justificando a operação e o bloqueio judicial de seus bens. A investigação continua em sigilo, e os próximos passos dependerão da análise do material apreendido e da oitiva dos envolvidos.