A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Underhand, que investiga o deputado Júnior Mano (PSB-CE) por suposto envolvimento em um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares destinadas a campanhas eleitorais em 51 municípios do Ceará para o ano de 2024. A operação, autorizada pelo ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal, ocorreu no dia 9 de outubro e resultou em buscas nos endereços do parlamentar e de outros envolvidos.
Áudios interceptados pela PF revelam a relação entre Lúcio Alves Barroso, prefeito de Baixio, e Bebeto do Choró, prefeito foragido, indicando a existência de um 'gestor' de contratos públicos que abasteceria financeiramente a organização criminosa. Os investigadores destacam a troca de mensagens entre os dois, onde discutem pagamentos e a necessidade de recursos, evidenciando a regularidade das operações ilícitas.
Os relatórios da PF apontam que os contratos de transporte escolar e locação de veículos em duas cidades cearenses estão entre os mecanismos utilizados para desvio de recursos. A linguagem direta utilizada nas conversas sugere uma estrutura hierárquica bem definida dentro do grupo, além de um temor de represálias em caso de irregularidades.
Júnior Mano nega qualquer ligação com atos ilícitos, afirmando seu compromisso com a legalidade e a transparência. O prefeito de Baixio, Lúcio, não se manifestou até o fechamento desta matéria. A PF continua a investigar o caso, que envolve também outros membros da suposta organização criminosa, com foco em garantir a preservação de provas materiais.