A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (8) a operação Underhand, que investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos envolvendo o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE). A ação, autorizada pelo ministro Gilmar Mendes do STF, incluiu mandados de busca e apreensão no gabinete do parlamentar em Brasília e em suas residências no Ceará, além do bloqueio de R$ 54,6 milhões de pessoas e empresas ligadas ao caso.
De acordo com as investigações, o esquema teria operado em cerca de 50 municípios cearenses, onde emendas parlamentares eram direcionadas a prefeituras em troca de comissões. O dinheiro, segundo a PF, era supostamente lavado por meio de empresas de fachada e utilizado para compra de votos e financiamento de campanhas eleitorais, especialmente para as eleições de 2024. O prefeito de Choró, aliado próximo de Júnior Mano, é apontado como um dos principais operadores do esquema e está foragido.
Júnior Mano, de 40 anos, iniciou sua carreira política como vice-prefeito em 2016 e foi eleito deputado federal em 2018, sendo reeleito em 2022. Ele nega qualquer envolvimento com as práticas ilícitas e afirma que não participa de processos licitatórios ou fiscalização de contratos. Sua defesa espera que os fatos sejam esclarecidos rapidamente, enquanto o PSB acompanha o caso com atenção. A PF descreve a operação como uma investigação de corrupção institucionalizada e influência eleitoral em larga escala.