A Operação Underhand, deflagrada nesta terça-feira (8), investiga o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) por suposto envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares para fraudes eleitorais em pelo menos 50 municípios cearenses. A investigação teve início após denúncias feitas por Rozário Ximenes, ex-prefeita de Canindé, que alegou um conluio entre Mano e Bebeto do Choró (PSB), prefeito eleito de Choró, para 'lavar' verbas de emendas por meio de licitações fraudulentas e superfaturadas.
Os agentes da Polícia Federal realizaram buscas no gabinete de Júnior Mano e em outros 15 endereços, seguindo ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Além disso, foi decretado o bloqueio de R$ 54,4 milhões do deputado e de outros envolvidos no inquérito. Rozário Ximenes, que denunciou o esquema ao Ministério Público do Ceará, afirmou que o dinheiro desviado seria utilizado para financiar campanhas eleitorais de aliados de Mano em 2024.
A ex-prefeita, que ocupou o cargo por dois mandatos consecutivos, revelou que o esquema envolvia empresas ligadas a Bebeto do Choró e a administração de 51 prefeituras, com o objetivo de desviar recursos para candidatos aliados. A Justiça Eleitoral já impediu a posse de Bebeto na prefeitura de Choró, após a Polícia Federal apresentar diálogos que indicam abuso de poder econômico e a tentativa de compra de votos nas eleições de 2024.