O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) foi alvo de uma operação da Polícia Federal, deflagrada nesta terça-feira (8), que investiga um esquema de desvio de recursos públicos no Ceará. A ação, autorizada pelo ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF), inclui 15 mandados de busca e apreensão, abrangendo o gabinete do parlamentar em Brasília. A investigação apura fraudes em licitações e o uso indevido de emendas parlamentares.
Natural de Nova Russas (CE), Júnior Mano iniciou sua carreira política como vice-prefeito em 2016 e foi eleito deputado federal em 2018, sendo reeleito em 2022. O parlamentar, que já foi membro do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve sua filiação encerrada em 2024 após apoiar um candidato do PT à Prefeitura de Fortaleza. Sua atuação em prol da candidatura petista levou a um rompimento com a sigla e ao pedido de desligamento feito pelo ex-presidente.
A Operação Underhand investiga crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro e captação ilícita de votos. Segundo a PF, o grupo investigado estaria envolvido no envio de emendas parlamentares a municípios cearenses em troca de vantagens financeiras ilegais. A investigação teve início a partir de uma denúncia da Prefeitura de Canindé e ganhou complexidade ao identificar a suposta participação de Júnior Mano no esquema.
A Procuradoria-Geral da República solicitou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas dos investigados, além do acesso a dados telemáticos. Em nota, Júnior Mano negou qualquer envolvimento nas irregularidades, afirmando que confia nas instituições e no esclarecimento dos fatos. A liderança do PSB na Câmara também manifestou apoio à apuração completa do caso, respeitando o devido processo legal.