A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa em Roma nesta segunda-feira (29), após entrar na Itália com passaporte europeu, antes de seu nome ser incluído na lista vermelha da Interpol. A prisão da parlamentar, que é investigada no Brasil por falsidade ideológica e desobediência ao STF, provocou reações no Parlamento italiano e constrangimento ao governo da primeira-ministra Giorgia Meloni.
O caso já ultrapassou as questões policiais e adentrou o campo diplomático, com políticos da oposição na Itália exigindo explicações sobre a entrada de Zambelli no país. A ex-deputada ítalo-brasileira Renata Bueno afirmou que a cidadania italiana não impede uma possível extradição da parlamentar, que pode ser julgada na Itália ou ter seu retorno ao Brasil aceito com base em tratado bilateral.
A expectativa é que o governo brasileiro formalize um pedido de extradição nos próximos dias. Embora a defesa de Zambelli ainda não tenha se manifestado, aliados indicam que ela deve alegar perseguição política e risco à sua integridade física caso retorne ao Brasil. Especialistas em direito internacional acreditam que o histórico jurídico brasileiro pode favorecer a extradição, considerando a natureza dos crimes investigados.
A Embaixada do Brasil em Roma está acompanhando o caso, mas ressaltou que não interfere nas decisões judiciais do país anfitrião.