A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, na Itália, após ser localizada pela polícia local. Zambelli, que estava foragida desde maio, foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação em um esquema de invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O deputado italiano Angelo Bonelli informou às autoridades sobre o paradeiro da parlamentar, que tentava evitar a extradição ao Brasil com base em sua cidadania italiana.
A Justiça italiana agora deverá decidir se autoriza a repatriação de Zambelli, o que pode gerar um impasse diplomático entre Brasil e Itália. A parlamentar teve sua prisão preventiva decretada em junho pelo ministro Alexandre de Moraes, que também ordenou o bloqueio de seus bens e a inclusão de seu nome na lista vermelha da Interpol. Desde sua condenação, Zambelli alegou estar na Europa para tratamento médico, mas circulava entre os Estados Unidos e a Itália.
A condenação de Zambelli foi unânime e resultou na perda de seu mandato parlamentar, que ainda será analisada pela Câmara dos Deputados. Ela foi considerada culpada por contratar um hacker para invadir o sistema do CNJ e inserir documentos falsos, com o intuito de tumultuar o processo eleitoral de 2022. Apesar do tratado de extradição entre Brasil e Itália, a Constituição italiana proíbe, em regra, a extradição de cidadãos italianos, o que pode complicar o processo judicial.
O caso gerou repercussão no Parlamento italiano, com Bonelli enfatizando que a Itália não deve se tornar um refúgio para golpistas. O governo italiano ainda não se manifestou oficialmente sobre a situação, mas a politização do caso pode transformar o processo de extradição em uma disputa entre interesses jurídicos e políticos.