Integrantes das Polícias Civil e Militar de Minas Gerais relataram, durante audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, práticas sistemáticas de assédio sexual e moral, além de violência institucional. O evento ocorreu na quinta-feira (10) e foi proposto pela deputada Duda Salabert (PDT-MG), que destacou a gravidade das denúncias recebidas, incluindo casos de perseguição e manipulação de laudos médicos.
Duda Salabert apontou que as servidoras de segurança pública frequentemente enfrentam represálias após denunciarem abusos, resultando em adoecimento crônico e, em casos extremos, suicídios. Entre 2018 e 2023, mais de mil policiais se suicidaram, segundo a deputada. Ela sugeriu a criação de um protocolo nacional de proteção às vítimas e a instalação de corregedorias externas independentes para garantir a transparência nas investigações.
Durante a audiência, Aldair Drumond, pai de Rafaela Drumond, uma escrivã que se suicidou após sofrer assédio, pediu a transformação da Lei Rafaela Drumond em legislação federal, visando a demissão de servidores que cometem assédio moral. A investigadora Jaqueline Evangelista Rodrigues e a escrivã Pamella Gabryelle Durães também compartilharam suas experiências de assédio, ressaltando a necessidade urgente de proteção e mudanças nas políticas institucionais.
As denúncias levantadas durante a audiência evidenciam um padrão preocupante de violência e silenciamento dentro das forças policiais, levando a deputada a se comprometer a protocolar propostas que visem a atualização do Código Penal Militar e a criação de um grupo de trabalho para discutir o tema com a participação da sociedade civil.