O ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, foi condenado a pagar R$ 135,4 mil ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por danos morais. A decisão foi proferida na última sexta-feira, 25, pelo juiz Carlo Brito Melfi, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em decorrência de uma apresentação em PowerPoint realizada em 2016, que associou Lula a práticas de corrupção. O valor da indenização já inclui correção monetária, juros e honorários advocatícios, e Dallagnol tem um prazo de 15 dias para efetuar o pagamento.
O caso remonta a setembro de 2016, quando Dallagnol, então coordenador da força-tarefa da Lava Jato, apresentou uma denúncia contra Lula em uma coletiva de imprensa, utilizando slides que continham termos como "propinocracia" e "corrupção". A imagem gerou controvérsia e críticas, pois associava Lula a um esquema criminoso antes de qualquer condenação formal.
A ação judicial foi iniciada pelos advogados de Lula em 2016, com um pedido inicial de indenização de R$ 1 milhão. Após derrotas nas instâncias iniciais, o caso teve uma reviravolta em 2022, quando a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu a favor da defesa de Lula, fixando a indenização. Em junho de 2024, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a condenação.
Embora Dallagnol não possa mais recorrer da decisão, ele ainda pode contestar os cálculos judiciais. Em resposta à condenação, o ex-procurador reafirmou sua posição, afirmando que agiria da mesma forma novamente, caso surgissem provas de corrupção contra indivíduos em posições de poder.