O delegado Henrique Kästner Júnior, da Polícia Civil de São Paulo, foi liberado na audiência de custódia realizada no domingo, 29, um dia após ser preso em flagrante por injúria racial durante uma briga em uma festa em Santo André. A decisão do juiz plantonista Paulo Antonio Canali Campanella permitiu que Kästner continuasse exercendo suas funções na Delegacia de Itapecerica da Serra, mas com a proibição do porte de arma, que foi apreendida.
O incidente ocorreu na madrugada de sábado, 28, no bar ‘Old Town English Pub’, onde o delegado teria se irritado com o chapéu de um músico da banda que se apresentava no local. Testemunhas relataram que Kästner ofendeu o homem com expressões de teor racista, enquanto a defesa do delegado nega as acusações, afirmando que ele apenas questionou o uso do chapéu. Durante a confusão, o delegado também foi acusado de ter disparado sua arma para o alto, embora sua defesa refute essa alegação.
Kästner foi indiciado por sete crimes, incluindo preconceito de raça, ameaça e resistência à prisão. Documentos da ocorrência revelam que o delegado teria agido de forma agressiva, arrombando uma porta e causando danos ao bar. Ao ser abordado pela polícia, ele teria chamado os agentes de ‘otários’ e ‘vagabundos’. O caso gerou pânico entre os frequentadores do bar, que se sentiram ameaçados pela presença do delegado armado.
Após a decisão judicial, o delegado deverá cumprir medidas cautelares, incluindo recolhimento domiciliar à noite e comparecimento ao fórum quando intimado. A defesa de Kästner alega que a prisão foi ilegal e que ele não cometeu injúria racial, enquanto a investigação prossegue para apurar os fatos.