O delegado da Polícia Federal, Tomás de Almeida Vianna, foi informado nesta terça-feira (15 de julho de 2025) durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que está sob investigação por suposto envolvimento em operações irregulares da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Vianna foi convocado como testemunha de defesa dos réus Fernando de Souza Oliveira e Marília Ferreira de Alencar, ambos acusados de participar de uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
Durante o depoimento, a Procuradoria Geral da República (PGR) alertou que Vianna é investigado no inquérito que apura a atuação de servidores da PRF que teriam dificultado o acesso de eleitores às urnas. Apesar do aviso da PGR, a defesa dos réus decidiu prosseguir com o depoimento, limitando as perguntas a aquelas que não comprometessem legalmente o delegado. Vianna afirmou não ter conhecimento de sua condição de investigado, tendo sido ouvido anteriormente como colaborador.
O advogado de Marília Ferreira de Alencar optou por encerrar o depoimento, alegando que a condição de investigado de Vianna o colocou sob pressão. As audiências relacionadas ao chamado “núcleo 2” da ação penal, que investiga a tentativa de golpe, começaram no dia 14 de julho e devem se estender até o dia 21 do mesmo mês. Os integrantes desse núcleo são acusados de diversas infrações, incluindo a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em organização criminosa armada.