O delegado da Polícia Federal (PF), Fabio Shor, prestou depoimento nesta segunda-feira, 21, como testemunha na ação penal que investiga o ex-assessor da Presidência, Filipe Martins, acusado de envolvimento em um golpe de Estado. A oitiva ocorreu no Supremo Tribunal Federal (STF) um dia após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticar Shor em suas redes sociais, chamando-o de "cachorrinho da Polícia Federal".
Durante seu depoimento, Shor confirmou que Martins participou de reuniões no Palácio da Alvorada com o ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive em 7 de dezembro de 2022, data em que Bolsonaro apresentou uma minuta para a decretação de Estado de Defesa. O delegado destacou que a entrada de Martins na residência oficial foi registrada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A defesa de Martins, liderada pelo advogado Jeffrey Chiquini, questionou a PF sobre a ausência de registros que comprovassem a não participação do ex-assessor nas reuniões. Shor explicou que Martins utilizou um celular diferente para evitar monitoramento, o que dificultou a coleta de dados sobre seus deslocamentos.
Além disso, Chiquini abordou a questão da viagem de Martins aos Estados Unidos em dezembro de 2022, onde o nome do ex-assessor constava em registros da comitiva de Bolsonaro. Shor, no entanto, afirmou que a PF encontrou evidências da entrada de Martins nos EUA, contradizendo a defesa que apresentou documentos sugerindo que ele estava em Curitiba na mesma data.