O Tesouro Nacional divulgou nesta quarta-feira (30) que as contas do governo registraram um déficit primário de R$ 44,3 bilhões em junho de 2023. Esse resultado reflete a diferença entre as receitas tributárias e as despesas governamentais, sendo que um superávit ocorre quando as receitas superam as despesas. Os dados não incluem os juros da dívida pública.
O déficit de junho deste ano representa uma piora em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o déficit foi de R$ 40,8 bilhões, ajustado pela inflação. Apesar do aumento na arrecadação, que atingiu recordes devido ao incremento do IOF, a receita líquida do governo caiu 0,1% em termos reais, totalizando R$ 169 bilhões. As despesas totais, por sua vez, somaram R$ 213,3 bilhões, apresentando um aumento real de 1,6% em comparação ao ano anterior.
No acumulado do primeiro semestre de 2023, o déficit primário foi de R$ 11,46 bilhões, uma melhora significativa em relação ao déficit de R$ 67,37 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. Essa melhora é atribuída, em parte, à redução no pagamento de precatórios, que caiu R$ 31,4 bilhões. O Tesouro Nacional destacou que a diferença no cronograma de pagamentos dos precatórios entre 2024 e 2025 também contribuiu para o resultado positivo.
Para 2023, a meta fiscal é zerar o déficit, que totalizou R$ 43 bilhões em 2024. O governo pode tolerar um déficit de até 0,25% do PIB, equivalente a cerca de R$ 31 bilhões, sem descumprir formalmente a meta. Além disso, R$ 44,1 bilhões em precatórios estão excluídos para fins de cumprimento da meta fiscal.