A defesa do general Mário Fernandes protocolou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de sábado (26) solicitando a revogação de sua prisão preventiva ou a aplicação das mesmas medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Os advogados argumentam que Bolsonaro, denunciado como líder da organização criminosa na tentativa de golpe, ocupa uma posição superior à do general na acusação.
O pedido foi apresentado após o término dos interrogatórios do núcleo dois da ação penal relacionada à tentativa de golpe. Durante seu depoimento, Fernandes admitiu ser o autor do documento intitulado "Punhal Verde Amarelo", que sugere a possibilidade de "envenenamento" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a "neutralização" de seu vice, Geraldo Alckmin. O documento foi encontrado em um HD apreendido com o general em fevereiro de 2024.
A Procuradoria-Geral da República se manifestou contra a liberação do general, afirmando que as provas coletadas tornam improvável a alegação de que ele não divulgou o material a outros envolvidos. No entanto, a defesa contestou essa afirmação, citando o tenente-coronel Mauro Cid, que confirmou não ter recebido cópia do documento e afirmou que não houve discussões sobre ações de monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Os advogados de Fernandes sustentam que a prisão preventiva e uma possível condenação devem se basear em provas concretas, ressaltando que a confirmação do arquivo durante o interrogatório não implica confissão de crime, uma vez que não houve compartilhamento do documento com outros acusados. A defesa enfatiza que o general não participou de ações concretas relacionadas ao plano de golpe.