Os advogados do general Mário Fernandes protocolaram um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de sábado (26.jul.2025) para revogar sua prisão preventiva ou aplicar medidas cautelares semelhantes às do ex-presidente Jair Bolsonaro. A solicitação ocorre após o término dos interrogatórios do núcleo 2 da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022.
A defesa argumenta que Bolsonaro, denunciado como líder da organização criminosa, ocupa uma posição hierárquica superior à de Fernandes, tornando desproporcional a manutenção da prisão do general enquanto o ex-presidente responde ao processo em liberdade. Os advogados ressaltam que Fernandes não confessou qualquer plano de assassinato e que o documento intitulado "Punhal Verde e Amarelo" não foi compartilhado com outros acusados.
Durante seu interrogatório, Fernandes afirmou que o documento mencionava apenas um "pensamento digitalizado" sobre um possível envenenamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a "neutralização" do vice-presidente Geraldo Alckmin. A Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestou contra a soltura do general, alegando que as provas coletadas indicam que ele poderia ter divulgado o material a outros envolvidos.
A defesa contestou a posição da PGR, citando o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, que afirmou não ter recebido cópia do documento e que Fernandes nunca discutiu ações de monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes. Os advogados sustentam que a prisão preventiva e uma eventual condenação devem se basear em provas concretas, e não em coincidências, enfatizando que a certeza é fundamental para a legitimidade de uma condenação.