A defesa do general da reserva Mário Fernandes, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e réu no inquérito sobre tentativa de golpe de Estado, reiterou a tese de que o documento conhecido como 'Punhal Verde e Amarelo' não configura um plano concreto para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Em entrevista, o advogado Marcus Vinícius Figueiredo afirmou que o conteúdo do documento era apenas um 'pensamento digitalizado' e uma análise pessoal sobre o cenário político após as eleições de 2022.
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República alegam que o texto sugere a possibilidade de envenenamento das autoridades mencionadas, mas a defesa contesta essa interpretação. Figueiredo destacou que o termo 'neutralizar' não implica necessariamente em morte e que o nome de Moraes não é citado no documento, que se refere a Lula, Alckmin e Moraes de forma codificada.
Apesar das alegações da defesa, a PGR afirma que Fernandes estava envolvido no núcleo do plano golpista e que, mesmo sem ter compartilhado o documento, participou de conversas com aliados de Bolsonaro. O general admitiu ser o autor do texto em depoimento, mas reiterou que se tratava apenas de uma análise pessoal e que o documento foi destruído após ser impresso no Palácio do Planalto. A defesa defende que a simples digitalização de um pensamento não pode ser considerada uma tentativa de homicídio.