O advogado José Luís Oliveira Lima, que representa o general Braga Netto, criticou duramente a Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça-feira (15), após o procurador-geral Paulo Gonet Branco ter apresentado alegações finais em um caso que envolve supostas tentativas de golpe de Estado. Oliveira Lima afirmou que a PGR preferiu acreditar nas declarações do delator Mauro Cid, que, segundo ele, teria mentido sobre um encontro na residência do general, onde o tema central teria sido um golpe. O advogado argumenta que existem documentos que provam a inconsistência das alegações de Cid, que chegou ao local após a realização de uma reunião virtual que ocorreu antes de sua chegada.
Braga Netto, que foi ministro-chefe da Casa Civil e da Defesa durante o governo Bolsonaro, está preso desde dezembro de 2024 e é um dos oito réus acusados de integrar o chamado 'núcleo crucial' do plano golpista. O procurador-geral imputa ao general os mesmos cinco crimes que atribui ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito e organização criminosa armada, que podem resultar em penas somadas de até 43 anos de reclusão.
A PGR alega que Braga Netto teve um papel ativo na coordenação de ações violentas e no monitoramento de adversários políticos, como o ministro do STF Alexandre de Moraes. Em resposta, Oliveira Lima defendeu que a delação de Mauro Cid não possui fundamentos e que, durante uma acareação, o delator não apresentou provas concretas de que o general teria financiado qualquer plano ilícito. O advogado destacou que as alegações da PGR não contestam as inconsistências nas declarações de Cid, o que, segundo ele, evidencia a fragilidade do caso contra seu cliente.