A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou um comunicado nesta sexta-feira (18) negando qualquer indício de que ele planeje deixar o Brasil. Os advogados contestaram também as medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que incluem a proibição de contato entre Bolsonaro e seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A defesa argumentou que a relação familiar é um "direito tão natural quanto sagrado".
Além disso, a defesa de Bolsonaro afirmou que as declarações atribuídas a ele, consideradas atentatórias à soberania nacional, nunca foram proferidas. Os advogados questionaram a justificativa para as medidas cautelares, ressaltando que o envio de recursos para sua família ocorreu antes dos fatos que estão sendo investigados.
Na mesma data, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão relacionados ao ex-presidente em Brasília, autorizados pelo STF. Bolsonaro é réu em uma ação penal que investiga sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado em 2022, após sua derrota eleitoral para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de Bolsonaro, afirmando que ele "alimentou diretamente a insatisfação e o caos social". Caso seja condenado por crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, a pena pode ultrapassar 40 anos de prisão. Atualmente, Bolsonaro já enfrenta inelegibilidade até 2030, devido a condenações anteriores pelo TSE por abuso de poder político.