A Defensoria Pública do Estado de Alagoas ajuizou uma ação civil pública na quinta-feira (10), solicitando uma indenização de R$ 4 bilhões em decorrência de um acidente geológico que resultou no afundamento do solo em diversos bairros de Maceió. O desastre, atribuído à extração de sal-gema pela Braskem, impactou mais de 22 mil imóveis, que sofreram desvalorização de até 60% devido ao deslocamento de moradores e à desocupação das áreas afetadas.
Os defensores públicos, entre eles Ricardo Melro e Daniel Alcoforado, argumentam que a desvalorização dos imóveis não é resultado de fatores econômicos normais, mas sim de uma "anomalia provocada por um colapso ambiental". Além da compensação por danos materiais, a ação também busca indenização por danos morais, considerando os problemas psicológicos enfrentados pelos moradores afetados.
Desde 2018, quando o acidente começou a se agravar, a Defesa Civil de Maceió tem monitorado a situação, que culminou em um estado de emergência decretado pela prefeitura em novembro de 2023. A Polícia Federal investiga o caso, que resultou no indiciamento de 20 pessoas, e as evidências apresentadas na ação incluem laudos periciais e depoimentos que atestam a desvalorização e os danos estruturais das residências nos bairros impactados, como Pinheiro e Bebedouro.