O cinema brasileiro recebeu um importante debate sobre a inclusão de pessoas neurodivergentes, realizado no Estação Net Gávea, no Rio de Janeiro, após a exibição do filme "Pedaço de Mim" (França, 2024), da diretora Anne-Sophie Baill. O evento reuniu profissionais da área de acessibilidade e o público, que discutiram a representação de indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA) na sétima arte.
A trama do filme aborda o dilema de uma mãe que busca permitir que seu filho com TEA tenha uma vida independente, enfrentando questões como relacionamentos e a formação de uma família. O cineasta Daniel Gonçalves, que se identifica como neurodivergente, destacou a necessidade de combater estereótipos capacitistas que cercam a sexualidade e o desejo de pessoas com deficiência.
Flávia Pope, do Instituto JNG, enfatizou a importância de mudar a perspectiva sobre a capacidade de interação das pessoas neurodivergentes, mencionando a criação do primeiro modelo de residência no Brasil para promover a autonomia desse público. A empresária Ana Mota, que atua na área de acessibilidade em cinemas, ressaltou as melhorias trazidas pela Lei Brasileira de Inclusão, que facilitam o acesso de pessoas com deficiência a espaços culturais.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), o número de salas de cinema adaptadas para receber pessoas com deficiência aumentou, alcançando um novo recorde de 3.509 salas em operação em janeiro deste ano, refletindo um avanço significativo na inclusão no setor cultural.