O Dalai Lama, líder espiritual exilado do Tibete, completa 90 anos em meio a um cenário de repressão e resistência no Tibete. Em uma visita ao mosteiro de Kirti, na província de Sichuan, a BBC conversou com tibetanos que expressaram sua preocupação com a situação atual. Um monge, que preferiu não se identificar, afirmou que 'as coisas aqui não estão boas para nós', referindo-se ao controle rigoroso do Partido Comunista da China sobre a região.
O mosteiro de Kirti, conhecido por ser um centro de resistência tibetana, tem sido alvo de vigilância constante, com câmeras e uma delegacia de polícia instalada na entrada. Desde a anexação do Tibete pela China em 1950, a região tem enfrentado um aumento da repressão, com tibetanos que expressam apoio ao Dalai Lama frequentemente perseguidos. O monge entrevistado alertou sobre a presença de agentes do governo, afirmando: 'Eles estão observando vocês'.
Embora a China tenha investido em infraestrutura na região, muitos tibetanos acreditam que isso trouxe mais controle militar e menos liberdade. A cidade de Aba, onde se localiza o mosteiro de Kirti, foi palco de protestos significativos em 2008, resultando em confrontos violentos que deixaram dezenas de mortos. Desde então, a repressão se intensificou, dificultando a obtenção de informações sobre a situação no Tibete, que frequentemente chega ao exterior através de relatos de refugiados ou do governo tibetano no exílio.