A gestora Dahlia divulgou sua carta mensal, comparando o atual cenário da bolsa brasileira à travessia dos gnus no Serengeti. Em seu relatório, a gestora destacou que, apesar do recente aumento no apetite por ativos brasileiros, o fluxo de capital estrangeiro ainda está aquém dos níveis históricos, sugerindo que mais investimentos podem chegar nos próximos meses.
No primeiro semestre de 2023, o Ibovespa registrou uma alta de 15,4%, o melhor desempenho em nove anos, com um aporte líquido de R$ 25,3 bilhões por investidores estrangeiros. Em junho, esses aportes alcançaram R$ 26,9 bilhões, o maior saldo desde o segundo semestre de 2022. Analistas da XP apontam que junho foi o segundo mês consecutivo com forte entrada de capital, impulsionada pela rotação global de investimentos, que favoreceu o Brasil devido a valuations mais atrativos.
Atualmente, investidores estrangeiros detêm cerca de US$ 420 bilhões em ações brasileiras, um valor considerado baixo em termos reais, representando menos de 0,5% do valor de mercado global, enquanto o Brasil responde por aproximadamente 2% do PIB mundial. A Dahlia acredita que há um grande potencial de realocação para a bolsa local, apoiada por um estudo do Morgan Stanley que projeta uma entrada adicional de até US$ 40 bilhões no Brasil, caso a alocação global para mercados emergentes retorne à média histórica.
A gestora permanece otimista em relação ao mercado local, com o fundo Dahlia Ações 95% investido na bolsa brasileira, acumulando uma alta de 26,95% no ano, em comparação aos 15,86% do Ibovespa.