A Cúpula dos Brics, que se inicia neste domingo (6) no Rio de Janeiro, ocorre em um contexto de crescente tensão entre o bloco e os países ocidentais, especialmente os Estados Unidos. A inclusão do Irã e a postura considerada branda em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia têm alimentado críticas de que o grupo, que reúne Brasil, Rússia, China, Índia, entre outros, estaria se posicionando contra o Ocidente.
Líderes americanos, incluindo o atual secretário de Estado, Marco Rubio, e o ex-presidente Donald Trump, já expressaram preocupações sobre o papel dos Brics na geopolítica global, descrevendo o bloco como uma ameaça à hegemonia dos EUA. Em um artigo, Rubio afirmou que os Brics foram fundados com o objetivo de desafiar a liderança americana, enquanto Trump ameaçou tarifas severas caso o bloco tentasse substituir o dólar em transações comerciais.
Atualmente, o Brics é composto por 11 países, representando quase metade da população mundial e 40% da riqueza global. O grupo tem defendido reformas nas instituições financeiras internacionais e busca reduzir a dependência do dólar. No entanto, especialistas alertam que a situação é complexa, pois, apesar da presença de adversários dos EUA, como Rússia e Irã, o bloco também inclui nações com laços estreitos com o Ocidente, como o Brasil.