O grupo Brics realiza uma reunião de cúpula no Rio de Janeiro nos dias 5 e 6 de novembro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A cúpula ocorre sem a presença do presidente chinês Xi Jinping e com Vladimir Putin participando por videoconferência, devido a um mandado de prisão internacional. O encontro reúne 11 países que representam quase metade da população mundial e cerca de 40% do PIB global.
Os líderes do Brics pretendem apresentar uma frente unificada contra as tarifas e o protecionismo promovidos pela administração de Donald Trump, embora evitem mencionar o ex-presidente americano diretamente. Um projeto de declaração final expressa preocupação com medidas tarifárias unilaterais que distorcem o comércio, alinhando-se às normas da Organização Mundial do Comércio.
Além disso, a cúpula abordará a escalada de conflitos no Oriente Médio, onde um consenso foi alcançado entre os negociadores. A declaração final manterá a posição anterior do grupo sobre a situação no Irã, sem citar diretamente Israel ou os Estados Unidos. O encontro também discutirá temas como mudanças climáticas, inteligência artificial e cooperação em saúde, com foco na preparação para a COP30, que ocorrerá em Belém no final do ano.
Esta é a primeira cúpula do Brics sem a presença de Xi Jinping desde 2012, e a ausência de líderes como o presidente iraniano e a participação virtual de Putin marcam um momento significativo para o grupo. A ex-presidente Dilma Rousseff, atual presidente do banco do Brics, descartou a possibilidade de uma moeda alternativa ao dólar, enfatizando a falta de interesse global em substituir a hegemonia americana.