Os líderes do Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se encontram no Rio de Janeiro neste domingo para discutir a reforma das instituições ocidentais e promover o multilateralismo em um cenário global fragmentado. A cúpula, que se estende até segunda-feira, conta com a presença de importantes líderes, como o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, enquanto o presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin participarão de forma remota.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância das nações emergentes em defender o comércio multilateral e reformar a arquitetura financeira internacional, em resposta ao aumento do protecionismo global. Com a expansão do Brics, que agora inclui novos membros como Egito, Etiópia e Arábia Saudita, o bloco representa mais da metade da população mundial e 40% da produção econômica global.
A cúpula também visa abordar questões geopolíticas sensíveis, como o conflito entre Israel e Irã e a situação em Gaza, além de buscar um consenso sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Apesar das divergências entre os membros, a reunião reforça o papel do Brics como um defensor das nações em desenvolvimento e suas demandas por mudanças nas instituições globais, como o FMI.
Mais de 30 países já manifestaram interesse em se juntar ao Brics, refletindo o crescente peso diplomático do bloco. A reunião no Rio de Janeiro também coincide com a preparação do Brasil para sediar a cúpula climática da ONU em novembro, destacando a seriedade das nações em desenvolvimento em relação às mudanças climáticas, especialmente em um contexto de retrocessos nas políticas ambientais dos Estados Unidos.