As negociações para a declaração final da Cúpula do Brics, marcada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, estão em andamento, mas ainda sem consenso sobre o tratamento do conflito no Irã. O país persa, que se juntou ao bloco em 2023, exige uma posição mais firme dos integrantes em relação aos ataques realizados por Israel e Estados Unidos em junho. Historicamente, os membros do Brics defendem a solução de dois Estados no Oriente Médio, o que inclui o reconhecimento da Palestina, mas essa abordagem é contestada pelo Irã, que não reconhece Israel.
O recente conflito no Irã, que durou 12 dias, envolveu bombardeios israelenses a alvos iranianos, com o objetivo de interromper o programa nuclear do país. O Irã retaliou com ataques a Israel, e um cessar-fogo foi mediado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A situação permanece tensa, e o conflito iraniano tem gerado mais discussões nas negociações do Brics do que os ataques à Faixa de Gaza.
Além da questão do Irã, os países do Brics, que incluem Índia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Egito, também debatem a linguagem da declaração em relação à guerra tarifária dos Estados Unidos, prevendo um tom mais crítico. A cúpula também abordará temas como inteligência artificial, financiamento climático e erradicação de doenças socialmente determinadas, com documentos a serem divulgados ao longo do evento. A separação dos temas visa fortalecer o papel do Brics no contexto do Sul Global, especialmente em resposta à redução do financiamento de organizações humanitárias por países ocidentais.