Chefes de diplomacia de diversos países se reuniram em Nova York para discutir a grave crise humanitária na Faixa de Gaza e retomar as conversas sobre a criação de um Estado palestino. Durante a Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares, o secretário-geral da ONU, António Guterres, participou virtualmente e destacou que "os conflitos continuam a causar fome – de Gaza ao Sudão, e em outros lugares", enfatizando que a fome não deve ser utilizada como arma de guerra.
Em um encontro na Escócia, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, elogiou Donald Trump por seus esforços em buscar um cessar-fogo em Gaza, descrevendo a situação como uma "absoluta catástrofe". Trump, por sua vez, sugeriu a criação de um centro de distribuição de alimentos em parceria com países europeus, sem especificar quais. Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou a existência de fome em Gaza, acusando o Hamas de roubar alimentos e manipular informações sobre a crise humanitária.
A Assembleia Geral da ONU foi o palco principal das discussões, onde diplomatas de 193 países se reuniram para abordar a situação em Gaza. O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al-Saud, pediu apoio internacional para a criação de um Estado palestino, garantindo a segurança de Israel. O Brasil e o Senegal foram designados para liderar a discussão sobre o respeito às leis internacionais para implementar a solução de dois Estados.
Em seu discurso, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, ressaltou que 78 anos se passaram desde que a ONU apoiou pela primeira vez a solução de dois Estados, e que a situação atual é marcada por "intoleráveis violações diárias dos direitos humanos e humanitários na Palestina". Ele descreveu cenas de civis desesperados em busca de alimentos, evidenciando a urgência da situação.