O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, participará pela primeira vez da Cúpula de Líderes do Brics, a ser realizada em data a ser confirmada, a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cuba foi convidada a integrar o grupo na condição de país parceiro, mesmo diante de uma dívida pendente com o Brasil que soma US$ 1,2 bilhão, referente a indenizações e atrasos de pagamentos desde 2018.
A dívida cubana, que inclui US$ 742 milhões em valores já devidos e mais US$ 459 milhões a vencer, tem gerado impasses nas negociações entre os dois países. Apesar de Cuba reconhecer a dívida, o governo cubano afirmou não ter condições financeiras para quitá-la no momento, o que tem dificultado a retomada de linhas de crédito e financiamento à exportação de bens e serviços brasileiros para a ilha.
As conversas sobre a dívida começaram em 2004 e, após um período de conciliação, restaram apenas “diferenças residuais”. Contudo, a próxima fase de negociações ainda não teve início. Enquanto isso, a situação econômica de Cuba se agrava, com problemas como apagões e crise alimentar, além de um cerco econômico mais rigoroso imposto pelos Estados Unidos. O governo brasileiro busca agendar uma reunião bilateral entre Lula e Díaz-Canel durante a cúpula, mas a confirmação ainda não ocorreu.