Médicos e enfermeiros na Faixa de Gaza enfrentam uma grave crise de saúde, com relatos de desmaios e colapsos durante o trabalho devido à fome e desidratação. A situação se agrava com a falta de fórmulas infantis, conforme reportagem do 'The New York Times' que ouviu sete profissionais da saúde na região. O médico britânico Nick Maynard descreveu o estado de saúde dos bebês atendidos como 'extremamente debilitado'.
A crise humanitária em Gaza, controlada pelo Hamas, levou o governo israelense a permitir a entrada de ajuda humanitária, tanto por via aérea quanto terrestre, a partir deste sábado (26). No entanto, a entrada de alimentos e medicamentos havia sido bloqueada desde março, e a ajuda estava concentrada em uma entidade controversa apoiada por Israel, criticada pela ONU.
Os relatos indicam que muitos bebês estão tão desnutridos que não conseguem receber a quantidade necessária de nutrientes. O caso de Salam Barghouth, de três meses, ilustra a situação desesperadora, com a família lutando para conseguir suprimentos. Médicos afirmam que a desnutrição generalizada poderia ter evitado muitas mortes civis durante o conflito, que já resultou na morte de mais de 59 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Além disso, a reportagem destaca que, embora haja alimentos disponíveis em algumas áreas, os preços são exorbitantes, com um quilo de farinha custando cerca de US$ 30. O diretor do hospital Al-Shifa, Mohammad Abu Salmiya, relatou que alguns profissionais de saúde desmaiaram devido à falta de alimentação adequada. O Exército de Israel afirmou que continua a facilitar a entrada de ajuda humanitária em conformidade com a legislação internacional.