O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, enfrenta uma crise política significativa após o partido ultraortodoxo Shas anunciar sua saída da coalizão governamental nesta quarta-feira, 16 de outubro. A decisão ocorre em meio a uma série de crises, incluindo a guerra na Faixa de Gaza, e deixa Netanyahu com um governo de minoria no Parlamento, que conta agora com apenas 50 dos 120 assentos disponíveis.
O Shas decidiu se retirar do governo após a falha em avançar uma lei que buscava consolidar isenções no recrutamento militar para judeus ortodoxos. O ministro do gabinete do Shas, Michael Malkieli, afirmou que, nas atuais circunstâncias, não é viável continuar como parceiro do governo. Apesar da saída, o partido indicou que ainda poderá apoiar o governo em algumas votações, evitando, assim, a convocação de eleições antecipadas.
A instabilidade política se intensifica em um momento crítico, com Israel em negociações com o Hamas sobre um possível cessar-fogo. O líder da oposição, Yair Lapid, pediu a convocação de eleições, argumentando que um governo minoritário não pode enviar soldados ao combate. A saída do Shas é a segunda de um partido ultrarreligioso nesta semana, após o Judaísmo Unido da Torá, e ocorre antes do recesso de verão do Parlamento, limitando a atividade legislativa nos próximos meses.
Netanyahu, que já enfrenta um julgamento por corrupção, agora se vê sob pressão para manter o apoio de seus aliados, especialmente da ala de extrema direita, que se opõe a qualquer acordo que não resulte na eliminação completa do Hamas. A situação política em Israel continua a ser monitorada de perto, especialmente em relação às suas implicações nas negociações de paz e na segurança nacional.