Uma grave fissura no governo do presidente argentino Javier Milei se tornou evidente após a vice-presidente, Victoria Villarruel, reagir a críticas nas redes sociais. A tensão começou após a sessão do Senado na última quinta-feira (10), onde Villarruel presidiu a aprovação de medidas sociais que vão contra a agenda do Executivo, incluindo um reajuste de 7,2% nas aposentadorias e a prorrogação da moratória para aposentadorias sem contribuição previdenciária.
Villarruel foi alvo de críticas por não ter interrompido a sessão, que foi considerada uma derrota para Milei. Em resposta a um seguidor que a acusou de traição, a vice-presidente fez referência à irmã do presidente, Karina Milei, insinuando que sua influência poderia ter mudado o rumo da votação. Em um discurso posterior, Milei evitou mencionar nomes, mas se referiu a uma "traidora" dentro do governo, destacando a dificuldade de avançar com reformas estruturais.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, também criticou Villarruel, exigindo que ela encerrasse a sessão e não se tornasse cúmplice do kirchnerismo. A vice respondeu, defendendo seu papel institucional e criticando a falta de diálogo com o presidente. Em suas redes sociais, Villarruel expressou sua preocupação com o equilíbrio fiscal e a necessidade de atender aos mais vulneráveis, além de ironizar as acusações de corrupção que recebeu.
Esses embates públicos revelam uma crise interna no governo libertário de Milei, evidenciando que o projeto político enfrenta desafios não apenas da oposição, mas também dentro do próprio Palácio. A situação continua a se desenrolar, com Villarruel se distanciando cada vez mais do presidente em suas declarações.