A situação humanitária na Faixa de Gaza se agrava, apesar das declarações do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que afirma não haver fome extrema na região. Segundo o jornal israelense Haaretz, a ajuda humanitária atualmente disponível é insuficiente para atender às necessidades de mais de 2 milhões de palestinos, que necessitam de ao menos três refeições diárias para evitar a desnutrição. A Fundação Humanitária de Gaza (GHF) informou ter distribuído mais de 85 milhões de refeições nos últimos 50 dias, mas esse número está longe do necessário, que seria de 353 milhões de refeições nesse período.
Os pacotes de ajuda, que incluem itens como farinha, macarrão e grão-de-bico, são inadequados para a realidade atual em Gaza, onde muitos não têm acesso a cozinhas funcionais ou gás para preparar os alimentos. Além disso, a escassez de água limpa e as dificuldades de armazenamento complicam ainda mais a situação. A GHF realiza a distribuição em apenas quatro centros, obrigando os palestinos a se deslocarem até esses locais, o que contraria os padrões de distribuição humanitária.
A logística deficiente e a falta de horários definidos para a distribuição geram aglomerações perigosas, resultando em conflitos entre as pessoas que buscam ajuda. Relatos indicam que forças israelenses dispararam contra palestinos em busca de alimentos, resultando em mortes. Além disso, a distribuição não prioriza grupos vulneráveis, como crianças e pessoas com necessidades especiais, e há denúncias de que alguns indivíduos lucram com a venda de alimentos coletados.
A falta de variedade nos alimentos distribuídos também é uma preocupação, pois não há opções para pessoas com condições de saúde específicas, como doença celíaca ou cardíaca. A situação em Gaza continua crítica, exigindo uma resposta humanitária mais eficaz e abrangente para atender às necessidades da população.