A relação entre o presidente argentino Javier Milei e sua vice-presidente, Victoria Villarruel, enfrenta uma crise crescente, marcada por desavenças públicas e tensões políticas. Villarruel, que ingressou na política em 2021 como deputada pelo partido de Milei, se viu no centro da controvérsia após a aprovação de leis da oposição no Senado, onde exerce a presidência. O governo argumenta que essas medidas, que incluem aumentos de pensões e subsídios para pessoas com deficiência, comprometem o equilíbrio fiscal do país.
A ruptura se tornou evidente em 25 de maio, durante a celebração da Revolução de Maio, quando Milei se recusou a cumprimentar Villarruel, evidenciando o distanciamento entre os dois. Em resposta a críticas nas redes sociais, o presidente a chamou de "traidora" por permitir a votação das leis, enquanto Villarruel sugeriu que Milei se comportasse "como um adulto", questionando suas prioridades em relação ao gasto público.
Villarruel, de 50 anos, tem raízes familiares ligadas às Forças Armadas argentinas e construiu sua trajetória política como ativista em defesa das vítimas da violência de grupos armados na década de 1970. Apesar de sua proximidade inicial com Milei, as diferenças ideológicas entre eles se tornaram mais evidentes, com Milei representando uma vertente libertária e Villarruel uma postura conservadora e nacionalista. A crise atual reflete não apenas desavenças pessoais, mas também a complexidade das alianças políticas dentro da direita argentina.