Após uma supersafra de laranjas em julho, Sergipe enfrenta uma crise de escoamento, com filas de cerca de 150 caminhões carregados da fruta aguardando para descarregar nas indústrias da região Centro-Sul do estado. A situação, que inclui relatos de descarte de laranjas nas estradas, foi confirmada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe (Faese).
Os produtores estão enfrentando um dilema entre colher as laranjas ou deixá-las na árvore, devido à queda drástica nos preços, que despencaram de R$ 2.014,00 por tonelada no segundo semestre de 2024 para apenas R$ 600,00 em julho de 2025. A técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Leilane Meira, destacou que muitos optaram por adiar a colheita, mas a colheita simultânea de todos os produtores resultou em congestionamentos nas fábricas, com tempos de espera que chegam a cinco dias.
A economista da Faese, Paloma Gois, alertou que a queda nos preços, impulsionada pela supersafra e pela desaceleração da demanda internacional, está comprometendo a sustentabilidade da atividade. Os preços atuais não cobrem nem os custos operacionais, o que desestimula investimentos no setor. Estratégias como a colheita parcial e o descarte de frutas estão sendo adotadas como forma de minimizar perdas, mas a situação continua preocupante para os produtores sergipanos.