Um hospital na Faixa de Gaza reportou, nesta terça-feira (22), a morte de 21 crianças devido à desnutrição e fome nos últimos três dias, em meio à intensificação das operações militares de Israel contra o Hamas. A situação humanitária no território, que abriga 2,4 milhões de habitantes, é crítica, com escassez de alimentos e ataques frequentes a centros de distribuição de ajuda.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos denunciou que mais de 1.000 pessoas foram mortas enquanto aguardavam por assistência desde o fim de maio, com 766 dessas mortes ocorrendo perto de instalações da Fundação Humanitária de Gaza e comboios da ONU. Mohamed Abu Salmiya, diretor do hospital Al-Shifa, confirmou que as mortes infantis foram registradas em várias unidades de saúde, incluindo o hospital Naser em Khan Yunis, onde imagens chocantes mostraram pais em luto.
Além disso, a Defesa Civil informou que ataques israelenses resultaram na morte de 15 pessoas, a maioria no campo de Al-Shati, que abriga milhares de deslocados. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, revelou que soldados israelenses invadiram instalações da ONU em Deir el-Balah, forçando mulheres e crianças a saírem e mantendo homens sob coação. A situação foi classificada como "moralmente inaceitável" pelo patriarca latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa, que destacou a desesperadora busca por alimentos na região.