A crise humanitária na Faixa de Gaza se agrava, com 2,3 milhões de habitantes em risco de insegurança alimentar, segundo a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar, apoiada pela ONU. Imagens impactantes mostram crianças esqueléticas e cidadãos desesperados em busca de alimentos, refletindo a gravidade da situação. Desde o início da guerra em outubro de 2023, o Ministério da Saúde local, sob controle do Hamas, reportou 127 mortes por fome, incluindo 85 crianças.
O UNICEF também alerta que cerca de 5.000 crianças foram tratadas por desnutrição em apenas duas semanas neste mês de julho. Especialistas em saúde destacam que a inanição severa pode causar efeitos devastadores no crescimento e desenvolvimento infantil, com consequências que perduram ao longo da vida. O endocrinologista Fábio Trujilho, presidente da Abeso, ressalta que a sobrevivência humana sem alimento pode chegar a 60 dias, dependendo de diversos fatores como estado nutricional e hidratação.
A médica nutróloga Marcella Garcez explica que a inanição prolongada compromete o organismo de forma integrada, afetando o sistema digestivo e endócrino, o que pode levar a disfunções múltiplas e aumentar o risco de morte. A situação em Gaza, marcada pela escassez de alimentos e a crescente mortalidade infantil, exige atenção urgente da comunidade internacional e ações efetivas para mitigar os impactos da fome na população vulnerável.