Dimitri, um menino de 12 anos, vive em uma casa simples em Birere, um assentamento informal em Goma, na República Democrática do Congo, onde se esconde do sol escaldante e das provocações de outras crianças devido à sua aparência. Sua mãe, Kamate Bibiche, compartilha que Dimitri é fruto de um relacionamento com um agente da paz da ONU, Yuriy, que desapareceu após a gravidez, deixando-a com lembranças e uma caixa de objetos. Kamate descreve o relacionamento como amoroso, mas reconhece que, segundo a resolução da ONU de 2005, é considerado exploratório devido ao desequilíbrio de poder entre os agentes da ONU e as comunidades locais.
A situação em Goma se agrava com a recente tomada da cidade por rebeldes do M23, resultando em milhares de mortes e uma crise humanitária que afeta mais de 8 milhões de pessoas deslocadas. A porta-voz da Monusco, Ndeye Lo, afirmou que a missão não possui registros de oficiais russos específicos que serviram na região, dificultando a busca por Yuriy. A crise no leste da RDC, marcada por décadas de conflitos e exploração, expõe mulheres e meninas a riscos elevados, reforçando a necessidade de responsabilização dos perpetradores de abusos.
A situação em Goma é um reflexo da complexa realidade da República Democrática do Congo, onde a luta por controle de recursos minerais continua a gerar violência e sofrimento para a população local.
