A aprovação da UNEF (Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras) pelo parlamento português, prevista para entrar em vigor nos próximos dias, acendeu um alerta entre os cerca de 550 mil brasileiros que residem em Portugal. A nova força policial, que atuará na fiscalização de imigrantes, tem como objetivo reforçar o controle migratório no país, o que pode impactar diretamente a permanência e a regularização dos brasileiros na nação europeia.
Substituindo o extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a UNEF ficará subordinada à Polícia de Segurança Pública (PSP) e será responsável pela fiscalização em aeroportos, concessão de vistos e repatriação de imigrantes em situação irregular. As novas diretrizes coincidem com uma política migratória mais rigorosa, que inclui a expulsão de quase 34 mil imigrantes com pedidos de residência negados, sendo mais de 5 mil brasileiros.
Além disso, o popular visto de procura de trabalho, utilizado por muitos brasileiros, será restrito a profissionais considerados "altamente qualificados", enquanto o reagrupamento familiar só será permitido após dois anos de residência legal no país. O prazo para solicitar a nacionalidade portuguesa também foi ampliado, passando de 5 para 7 anos para falantes de português e de 5 para 10 anos para os demais.
O governo brasileiro já manifestou preocupação com as novas medidas. O embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte afirmou que o Brasil buscará mais informações sobre as propostas e espera que os direitos dos imigrantes sejam preservados. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, destacou a importância do relacionamento entre Brasil e Portugal, sugerindo que as mudanças não devem prejudicar essa relação próxima.