O montanhismo no Brasil tem visto um aumento significativo no número de praticantes, atraídos por experiências ao ar livre, mas esse crescimento rápido levanta preocupações sobre os impactos ambientais e a segurança dos adeptos. Ernesto Viveiros de Castro, analista ambiental do ICMBio e chefe do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, destaca que, embora a presença de mais pessoas em ambientes naturais possa favorecer a conservação, a viralização de atrativos nas redes sociais resulta em uma demanda desordenada, dificultando o manejo adequado das trilhas e acessos.
As trilhas, que representam pequenas áreas dentro de parques e unidades de conservação, estão sob pressão crescente. Exemplos críticos incluem a Pedra do Telégrafo e o Mirante do Inferno, onde o impacto ambiental é evidente, com problemas como erosão, descarte de lixo e destruição da vegetação nativa. Viveiros de Castro ressalta a importância de iniciativas sustentáveis, como a Travessia Petrópolis-Teresópolis, que implementa limites de visitantes e supervisão constante para minimizar danos.
Além das questões ambientais, a segurança dos montanhistas também é uma preocupação crescente, especialmente com a presença de guias não certificados. Viveiros de Castro alerta que guias despreparados podem colocar grupos em risco, levando-os a situações perigosas, como ficar retidos à noite sem equipamentos adequados. Ele recomenda que os praticantes verifiquem a certificação dos guias no Cadastur e busquem profissionais capacitados, como os da Associação Brasileira de Guias de Montanha (ABGM), para garantir uma experiência segura e responsável nas trilhas.